Blog da Parábola Editorial

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Valorizar os livros

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“Presentear com livros não é a solução.
Tomar consciência da importância deles
na formação do indivíduo é que é."

 

 

A "pseudofalência" das duas maiores redes de livrarias do país chamou a atenção de algumas pessoas nestas duas últimas semanas. Alguns muito espantados, outros nem tanto... 

 

Verdade é que a cultura em nosso país é relegada ao último item da lista de interesse das pessoas. Tudo o que envolve cultura no Brasil é marginalizado. O livro é especialmente marginalizado... Não tem valor para 80% da população brasileira. Tem gente aí que até compra livros para parecer culta, mas nunca nem abriu o exemplar comprado. Ele serve de enfeite para a mesa de centro da sala de estar... 

 

Os profissionais livreiros têm de lutar diariamente contra o nenhum valor atrelado ao produto livro ensinando que o livro é cultura, mas também um produto no qual foram investidos:

 

(1)  o tempo dos autores para sentar-se e escrevê-lo

 

(2) o tempo do editor que leu, aprovou, copidescou;

 

(3) o tempo do revisor que corrigiu;

 

(4) o tempo do diagramador que desenhou o livro… 

 

[Todos esses profissionais têm de ser remunerados, ele nãos vivem de ventou ou ideal, assim como qualquer outro profissional eles têm de pagar suas contas no final do mês]

 

(5) depois da pré-produção do produto, vem a produção propriamente dita: a impressão do livro. Neste momento existe a compra do papel e o  pagamento da impressão.

 

(6) e, por fim, o produto é distribuído para que esteja disponível nos pontos de vendas, nos eventos... para poder chegar ao consumidor. Neste momento há o custo da distribuição: comissões aos vendedores, comissões às livrarias para a revenda e os fretes que custam muitas vezes mais do que se pagou no produto por conta das  distâncias continentais do país.

 

De modo que:

tanto quanto todos os produtos que estão no mercado, livros são objeto de investimento de produção. Nada diferente. A única coisa diferente é O VALOR CULTURAL indispensável que o livro  tem e que a grande maioria, não enxerga, não valoriza.

 

Então, começam os problemas:

temos os grupos de redes sociais que não reconhecem, por trás do livro, sua cadeia produtiva. E, então, o livro nem chegou à loja e grupos fechados de internet passam a disponibilizar criminosamente o PDF do livro na íntegra para quem quiser ler.

 

Quem disponibiliza comete um crime e quem consome também, mas o Brasil é o país do jeitinho, da compensação, é o país onde todo mundo aponta o dedo na cara do outro para dizer que é corrupto, mas vive a cometer pequenas corrupções diariamente.

 

 

"Distribuir e consumir PDFs piratas de livros que tiveram todo o
investimento já relatado em sua produção é crime, é corrupção."

 

 

É quando chegamos à questão que abre e motiva este texto: as grandes redes de livrarias que, aos poucos foram matando e exterminando grande parte dos pequenos livreiros brasileiros, com sua prática abusiva de descontos que não pagam o próprio custo do produto, se debatem por não darem conta de seu próprio gigantismo. 

 

Por isso indicamos a leitura da "Carta a Luiz Schwarcz" de Pedro Paulo Graczckium pequeno livreiro de Cachoeira do Sul (RS), que faz um relato bastante claro das razões que trouxeram as grandes redes de livrarias à atual situação, problema já apontado pelo nosso saudoso Jair Canizela, que dirigiu por toda a sua vida a Livraria e Distribuidora Loyola. Infelizmente já falecido, Jair Canizela viveu e morreu profetizando que aconteceria o que agora está aí diante de nossos olhos!

 

 

 

Para finalizar fica a pergunta, a reflexão....

 

Por isso defendemos: a resolução de nosso drama exige mais que dar livros no Natal. De que adianta você dar um livro de presente se quem o receber não o valorizar? Ele vai ser jogado num canto qualquer da casa e de lá seguirá para doação ou para o lixo. 

 

O que precisamos, mais que presentear com livros, é nos empenhar para transformar o livro em objeto de desejo igual e, por sua natureza, acima do smarphone, do brinquedo dos Avengers, do show do(a) cantor(a) ou banda “X”, do ingresso de cinema, de um combo de pipoca + refrigerante, de um sanduíche do Mac Donald´s. É nesse lugar que o livro deve estar: um lugar no qual o seu valor de produto cultural seja reconhecido e buscado. 

 

  • O livro é permanente (não quebra como os brinquedos), não tem prazo de validade como os alimentos, não termina depois de 2h que começou sob o risco de você ainda não gostar. 
  • O livro abre a sua mente, amplia o seu vocabulário, com ele você aprende, com ele você ensina, com ele você viaja para outros lugares, dimensões.
  • Com ele você decifra, decodifica.
  • Com ele você se socializa, reconhece e é reconhecido e, acima de tudo, a partir de suas leituras, você consegue enxergar além do que está diante dos seus olhos ou na ponta do seu nariz. 

 

 

e o desafio....

 

A Revista Carta Capital escreveu um texto muito interessante sobre o desafio de formar leitores. Esse mesmo desafio é o que propomos aqui a nossos leitores e leitoras.

Desafiamos cada leitor formado a formar 3 outros leitores. 

E aí? Vai encarar?

 

 

 

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