By Visitantes on Terça, 19 Abril 2016
Category: Parábola Editorial

POROROCA, PIPOCA, PACA E OUTRAS PALAVRAS DO TUPI

Quando os portugueses desembarcaram por aqui, em 1500, existiam no Brasil centenas de povos indígenas que falavam também centenas de línguas diferentes. Até hoje, aliás, são mais de 190 as línguas indígenas faladas em nosso país. Uma dessas línguas, no entanto, se tornou muito importante como elemento de comunicação inicial entre os europeus e os índios: o tupi. O tupi era falado principalmente na costa brasileira, a primeira região do Brasil ocupada pelos colonizadores portugueses.

Temos uma primeira descrição dessa língua feita pelo padre José de Anchieta, que publicou em 1595 um livro chamado Artes de gramática da língua mais usada na costa do Brasil. Anchieta e os outros padres que vieram impor a religião cristã aos índios se serviram do tupi para escrever peças de teatro e hinos com temática religiosa.

O tupi serviu de base para a criação e difusão de duas “línguas gerais”, uma na região Norte e outra no Sudeste (principalmente São Paulo). Essas línguas eram faladas não só pelos índios, mas também pelos europeus e principalmente pelos filhos nascidos da união de portugueses com índias, o que era muito comum porque os colonizadores eram quase exclusivamente homens. Com isso, o português foi durante muito tempo uma língua de poucos, já que a maioria da população se valia do tupi ou das línguas gerais. Em 1694, por exemplo, o padre Antônio Vieira escreveu numa de suas cartas: “É certo que as famílias dos portugueses e índios de São Paulo estão tão ligadas hoje umas com as outras que as mulheres e os filhos se criam mestiça e domesticamente, e a língua que nas ditas famílias se fala é a dos índios, e a portuguesa a vão os meninos aprender à escola”.

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