Princípios, modelos e subáreas da Sociolinguística
A
Em meados do século XX, muitos estudiosos de linguística na Europa, palco de duas guerras mundiais, fixaram residência nos Estados Unidos. Eram pesquisadores renomados, com formação advinda da linguística saussuriana e do
Uma vez no continente americano, foram
1. Resultava da comparação que faziam entre suas línguas nacionais ou maternas e as múltiplas línguas ameríndias encontradas nos territórios atuais do Canadá, Estados Unidos e México.
Estas últimas eram usadas por populações muito distintas das europeias e em muitos aspectos, principalmente na amplitude lexical, diferiam daquelas que os cientistas tomavam como referência, incluindo aí línguas mortas como o latim e o grego.
Perguntavam-se, então, esses linguistas se as línguas com que iam-se defrontando estariam em um estágio inferior de desenvolvimento. Foi o antropólogo
Qualquer língua usada em uma
Se as
A noção de
2. Outra questão importante para os pioneiros naqueles tempos de colonização decorria de sua própria formação estruturalista.
O estudo de qualquer
Tal artifício metodológico permitiu um grande refinamento nas descrições teóricas, que, todavia, se provaram insuficientes à luz dos resultados da
Um desses dialetólogos, radicado nos Estados Unidos,
O trabalho de Labov e de seus contemporâneos, em Washington, DC, que deu início à Diante deles havia o desafio de tentar explicar essa heterogeneidade inerente e sistemática, bem como de entender por que crianças de |
|
A partir da década de 1970, essa metodologia sociolinguística passou a incorporar sofisticados tratamentos estatísticos, em que os
Esse
Paralelamente ao desenvolvimento do modelo de raízes positivistas, outros campos foram criados na disciplina, apoiando-se em modelos qualitativos e interpretativistas, associados à
Expandiu-se assim a
n Pesquisas de natureza macro (acolhendo temas como multilinguismo, bilinguismo – inclusive pidgins e línguas crioulas –, diglossia, planejamento, atitudes e estandardização das línguas;
n Pesquisas de natureza micro, que se ocupa da variação e mudança, do discurso, da interação entre pessoas e da pragmática linguística. Essa divisão também é referida como sociolinguística da sociedade e sociolinguística da língua.
No Brasil, ambas as tendências estão muito bem representadas. Observe-se ainda que mesmo
Professora titular de linguística da Universidade de Brasília. Mestra em Linguística pela Universidade de Brasília (1977), doutora em Linguística pela Universidade de Lancaster (1983). Fez estágio de pós-doutorado na Universidade da Pensilvânia (1990). Tem experiência na área de Sociolinguística, com ênfase em Educação e Linguística Suas publicações mais recentes podem ser acessadas em www.stellabortoni.com.br. E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.