Ensino e aprendizagem da língua portuguesa

Tendências pedagógicas para o ensino de língua portuguesa: quais adotar?

Tendência: direção ou forma que algo toma em uma determinada época. É isso que nos diz o Caldas Aulete. Depreende-se daí que os contextos socioculturais, epistemológicos e filosóficos favorecem determinadas ideias e comportamentos. Isso se aplica a todas as esferas das atividades humanas, desde algo aparentemente sem muita importância, como a moda e o futebol, até a algo notoriamente importante, como a saúde pública e o ensino.

No que diz respeito ao ensino de língua portuguesa, há tendências que considero as mais adequadas nesta nossa contemporaneidade. E elas dizem respeito à forma como os professores concebem o ensino, a aprendizagem e a língua.

Durante muitas décadas, gerações de professores foram influenciadas pelo behaviorismo, segundo o qual é o professor quem transfere seus conhecimentos para a mente vazia dos seus alunos, cuja tarefa seria absorver passiva e corretamente tais conhecimentos. Na segunda metade do século passado, as ideias construtivistas de Jean Piaget e de Lev Vygotsky mostraram que o processo de aprendizagem é uma construção ativamente realizada pelos aprendizes. Tanto o amadurecimento biológico do indivíduo, como defendia Piaget, quanto a interação que ele estabelece com a sociedade, como enfatizava Vygotsky, contribuem para a construção de conhecimentos. À voz desses dois psicólogos uniu-se a do educador Paulo Freire, crítico ferrenho da concepção behaviorista de ensino e de aprendizagem, à qual ele deu o rótulo de concepção bancária.