No vídeo abaixo, Roxane Rojo participa do Leitura Digital, programa de experimentações de novas práticas de leitura digital em sala de aula produzido por Guten Educação - start-up voltada para educação com objetivo de estimular jovens ao hábito de leitura.
No vídeo, Roxane discorre sobre as características e principais diferenças entre o currículo tradicional (estabelecido) e o webcurrículo, além dos caminhos para os novos letramentos.
A maneira como hoje usamos mais os meios digitais do que o impresso no nosso cotidiano molda como nos comunicamos, e a escola não pode mais ignorar isso. O ensino de língua deve compreender tanto o impresso quando o digital. O digital acelera e intensifica o uso de outras linguagens e permite outras maneiras de ler e de produzir. Enquanto o impresso nos restringe a, no máximo, sublinhar e anotar na margem, o digital permite que o texto seja editado, cortado, copiado e formatado. Leitura e produção digitais não são mais separadas como no impresso.
Os comportamentos e usos online também são visivelmente diferentes, pensando nos diversos momentos do âmbito digital. Existem distinções claras no modo como o usuário lidava com o conteúdo na web 1.0 e como faz atualmente, na web 2.0. Na web 1.0, a leitura e a linguagem digital não mudavam muito em comparação com a leitura e a linguagem do impresso. A publicação de conteúdo em blogs, nos anos 1990, por exemplo, era restrito e tinha uma interação muito diferente da que encontramos agora, já que atualmente podemos publicar livremente o nosso próprio conteúdo via redes sociais. As características da interação na web mudaram muito depois dos anos 2000: o leitor é também produtor e tem outra mentalidade.
Curadoria de informação e textos multimodais são aspectos principais da web 2.0. A internet não tem a ilusão de que o autor foi o primeiro a pensar no assunto publicado, como o impresso tinha. Cabe ao professor pensar em como criar sentido com o texto, áudio, vídeo etc. |
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Para a pedagogia dos multiletramentos, tanto aluno quanto professor devem ser usuários funcionais dos meios digitais. Mas isso não basta! Para haver um processo pedagógico em que aluno e professor possam produzir conteúdo e compreender ativamente, é preciso um processo de produção transformador. Na web 2.0 nada se cria, tudo se transforma.