Blog da Parábola Editorial

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Quantas lasquinhas de mundo espalhadas pela rede! Quantos pedacinhos de nada com cara de alguma coisa. Quantas opiniões parciais e frases de efeito que nos dão a sensação de profundidade, mas que, na verdade, não passam de baboseira sem valor. O saber se desintegrou, o mundo se desintegrou: quase tudo virou um monte de fragmentos de todas as coisas que, ao final, são um monte de coisa nenhuma. E daí? E daí os tempos mudaram, as tecnologias mudaram, as formas de acesso ao saber mudaram, mas, as pessoas, muito pouco! Nossa cognição ainda é a mesma, nossos sentimentos e a forma como nos educamos também. Nossos padrões de pensamento e a maneira como construímos nossa visão de mundo é tal qual há vinte ou trinta anos. Ainda precisamos ser civilizados, disciplinados, ensinados a nos concentrar e a compreender os assuntos mais profundos, pois não nascemos sabendo nada disso, mesmo que tenhamos nascido na geração digital. E é aí que entra o perigo da fragmentação: como ajunta um monte de coisas sobre mais um monte de coisas (mesmo que quase sem valor algum) ela nos dá uma falsa sensação de segurança e de saber. Pensamos que sabemos muito e acabamos nos conformando com isso. Mas, na real, não sabemos de quase nada – e nos sentimos satisfeitos assim! Três tuítes e o carinha acha que tirou o ensino médio, mais duas postagens de Facebook já fazem ele acreditar que tem nível superior. Junte mais dois PowerPoints malfeitos sobre livros quaisquer e o sujeito acredita que é mestre e, com mais meia hora de Instagram, se acha doutor – e o pior! –, pronto para opinar sobre tudo! Nada de longas leituras, nada de livros, nada de tratados, nada de ensaios profundos... agora, é a ilusão do multi-frag-letramento-digita-e-tal que manda no mundo! É uma pena! O multiletramento é importante! Mas, acreditar que alimentar a mentesó de lasquinhas de conhecimento é multiletramento é uma enorme ilusão! A consequência dessa ilusão é nos tornamos superficiais e arrogantes! A fragmentação do mundo fez isso conosco. Agora não há mais espaço para sentar-se e ler um grande texto, com todo o seu poder transformador e educativo! Queremos resumos resenhas, introduções que saltam para as conclusões, e jogamos fora os miolos. Estamos vivendo das cascas das bananas, pois seu conteúdo é sistematicamente desprezado. Temos pressa! Sempre temos pressa! Por isso, não gostamos mais de ler longos textos que nos civilizariam e que nos ensinariam em profundidade, desenvolvendo poderosamente nossa mente! Não queremos mais o pesado e doloroso conhecimento que construiu a ciência e a fé – sim! o conhecimento é doloroso, pois abala as realidades! Esquecemos as longas e sérias conversas, nos perdemos nas palestras, que já não entendemos mais. Não queremos mais os filósofos, os pensadores nem os livros sagrados. Queremos pitadas, lasquinhas, pedacinhos, pequenos bocados fáceis de ingerir e de digerir – mas enganadores!!! Ama mos o s frag men tos! Qu an to m a i s f á c i l m e l h o r! Qu ant o m en or me lh o r! Nos s a ment e st á enfr a q ue c en d... Fr ag me nt o s... p o r fa v o r!! S ó f r @g me n t ... s... s... d e s... co ne x o s ... ----------- 00 00... # v a z i o...

 

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Qual política linguística?

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quem mexe na(s) língua(s)?

Parece existir um desentendimento antigo entre linguistas e não linguistas em relação à língua, um objeto que, mesmo por motivos diferentes, suscita o interesse de todo mundo. A linguagem é assunto de discussão e objeto de polêmica em qualquer sociedade, pois não há como escapar da normatividade que rege os usos da língua. As práticas sociais que Deborah Cameron (1995) chama de “higiene verbal” existem sempre que as pessoas refletem criticamente sobre os usos linguísticos, próprios ou alheios. Embora muitas opiniões sobre as convenções linguísticas se manifestem realmente sob a forma da intolerância, isso não invalida a importância das avaliações das práticas de linguagem, que fazem parte da vida social.

“a voz do linguista, que invoca a neutralidade da ciência na observação crua dos fatos, se for convocada, costuma levantar vagas de incompreensão, e mesmo de indignação, pelo seu aparente relativismo”

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Poesia na sala de aula

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Poesia na sala de aula é um livro que vem nascendo há muitos anos. Vem nascendo da vivência da leitura do poema em sala de aula nos mais diversos níveis de ensino. Com o tempo, a ele foram sendo incorporadas novas reflexões, leituras, indicações. Mas a base do livro é pensar caminhos para a leitura do poema, fugindo do modelo tradicional fornecido pelo livro didático.

 

“A base do livro é pensar caminhos para a leitura do poema, fugindo do modelo tradicional fornecido pelo livro didático”

 

Em Poesia na escola, defendo que o estudo da poesia não deve começar muito cedo. Mas a leitura, a aproximação mais lúdica do poema deve e pode começar o mais cedo possível. Até o final do ensino fundamental o eixo não deve ser o estudo, e sim a apreciação, a convivência cotidiana com os mais diversos tipos de poemas.  Para isso, a leitura oral é a chave, a porta de entrada para a aproximação do poema.

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O sistema de pronomes pessoais está balançando

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COME EU, RENAN!

Como se tornou notório, um jornalista de gabarito entrevistou sósia de Filipão e publicou a matéria. Depois que tudo ficou esclarecido, ele pediu desculpas etc. O episódio não me interessa como barriga, mas apenas em razão de uma das afirmações do jornalista: 

– Realmente foi um erro tolo. Agi de boa fé. Percebi o erro e corrigimos, deu para corrigir. Não prejudiquei ninguém, a não ser eu mesmo.

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DANIEL SANTOS
Outro exemplo atualíssimo é a música da dupla Fernando e Sorocaba, muito conhecida pela juventude e por quem nem é tão jovem assim... Leia Mais
Terça, 19 Junho 2018 14:46
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Texto e feminismo

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— Meu filho, sai desse computador e vai terminar o dever de casa!

— Eu tô fazendo o dever de casa. É uma pesquisa pra um texto.

— Sobre o que você tá pesquisando?

— Era pra fazer uma pesquisa sobre um movimento social e eu resolvi pesquisar sobre o feminismo. Não entendi ainda essa frase aqui: “Feminismo é a ideia radical de que as mulheres são gente”. Teve alguém em algum lugar que achou que as mulheres não eram gente?

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Inglês como “língua franca” na publicação de periódicos acadêmicos

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Uma crítica

 

A tendência para publicar em inglês é resultante de políticas neoliberais que afetam os objetivos, as atividades e as condições de trabalho no ensino superior.

Tradução: Raquel Salek FiadFlávia Danielle Sordi Silva Miranda

 

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INGEDORE KOCH

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INGEDORE KOCH in memoriam

 

 

Uma das coisas bacanas da semana que passou foi poder homenagear a Inge no evento de Linguística de Texto no Abralin em Cena, em Teresina, no Piauí. Segue abaixo o texto que escrevi para a ocasião: 

 

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VAMOS ESTUDAR BANTO?

palavras

 

Formação do português brasileiro

 

 

O destaque que as práticas religiosas de matriz iorubana adquiriram na cultura brasileira, especialmente na baiana, teve como consequência um desequilíbrio no interesse pelas línguas africanas que deram sua contribuição à formação do português brasileiro. Ocorreu uma supervalorização do iorubá e uma quase invisibilização das línguas do grupo banto (quimbundo, quicongo e umbundo), que tiveram um impacto muito mais profundo na nossa língua. Muitas pessoas, em busca das raízes africanas da nossa formação social e cultural, ou em busca de suas próprias raízes étnicas, se dedicam ao estudo do iorubá, considerado como o componente principal dessas raízes.

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Língua portuguesa em pauta 

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CONVERSA COM CARLOS ALBERTO FARACO

 

 

No âmbito do projeto “O Tamanho da Língua”, Carlos Alberto Faraco, professor titular aposentado e ex-reitor da Universidade Federal do Paraná, durante uma tarde na Livraria do Chain, em Curitiba, conversou comigo sobre o tema a que tem dedicado seus 45 anos de vida acadêmica: a língua portuguesa.

 

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O GOOGLE ACADÊMICO E SUA PRODUÇÃO CIENTÍFICA

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ÍNDICE “H” EM CIÊNCIAS HUMANAS, LINGUÍSTICA, LITERATURA E ARTES

 

 

Recentemente, participei de algumas reuniões (fóruns nacionais, reuniões de área, comissões, cursos de capacitação institucional para uso de recursos de informação, reuniões colegiadas etc.) nas quais se discutia que deveríamos substituir a avaliação por pares na atribuição de qualificação a revistas de ciências humanas e de linguística, literatura e artes pelo fator de impacto dos periódicos e que deveríamos avaliar nossa produtividade na pós-graduação não pela quantidade de artigos que publicamos, mas pelo nosso “índice H” (para quem não sabe, a explicação do que é índice H pode ser encontrada aqui: https://bit.ly/2I5p4DN, acesso: de maio de 2018). 

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Ataliba Teixeira de Castilho e a criação do NURC

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Um dos precursores dos estudos sobre o português falado no Brasil preza a liberdade dos usuários da língua e critica o apego excessivo dos gramáticos às regras

 

Na década  de 1970 o senhor  começou  o projeto da Norma Urbana Línguística Culta  (Nurc). Como foi?

A ideia era descrever a língua falada culta. Foi uma surpresa, porque a língua da gente culta tinha muitas  partes  condenadas pelos gramáticos, o que mostrava que nosso catálogo de “erros” não estava levando em conta o uso real da língua portuguesa no Brasil. Esse projeto começou com um professor espanhol do Colégio do México, na Cidade do México, Juan Miguel Lope-Blanch [1927-2002]. Ele fazia dialetologia, ou seja, descrevia a língua das regiões rurais  até perceber que as pessoas estavam migrando para as cidades.  Decidiu então fazer dialetologia urbana. Nos anos 1960, Lope-Blanch propôs o estudo da norma urbana culta falada nas capitais, não apenas para o espanhol, mas em toda a América e em Portugal. Essa proposta entrou no Brasil também pelas mãos de um dialetólogo, Nelson Rossi [1927-2014], da Universidade Federal da Bahia, que fez o primeiro atlas linguístico do Brasil. Em uma reunião em São Paulo em 1969, Rossi disse que Lope-Blanch queria estudar a língua das capitais, mas no Brasil nossa capital, Brasília, não servia como exemplo de fato linguístico relevante, porque era muito nova. Então escolhemos cinco capitais de estado, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Seguimos exatamente a mesma metodologia do projeto original. O Nurc foi muito bem nas gravações das entrevistas e depois nas transcrições, mas falhou na descrição. Foi feito um corpus gigantesco, com 1.500 horas de gravação. Quando chegou na descrição das estruturas – fonologia, morfologia, sintaxe –, não deu certo porque o questionário usado nas entrevistas não tinha uniformidade teórica,  era um trambolho. Apliquei o questionário para estudar aspecto e tempo verbal e vi que aquilo não levaria a resultado  nenhum, porque cada pergunta correspondia a uma teoria, diferente da que embasava a pergunta seguinte. Escrevi um texto sobre a não praticabilidade do questionário para a etapa mais importante, a descrição, o conhecimento. Em 1981, em um congresso na Universidade Cornell, nos Estados  Unidos, li o texto. Pensei que Lope-Branch iria me matar, pois ele era muito enfático  em suas intervenções, mas caí do cavalo. Sabe o que ele disse? “Você tem razão.” Quando não tínhamos como decidir,  submetíamos a questão  a uma votação, como se ciência fosse democracia. Não é, tem de ter coerência no conceito e não decidir no voto. Quando ele falou isso, concluí que tínhamos de sair do projeto. Mas, ao mesmo tempo, não podíamos deixar  de usar a maravilhosa quantidade de dados que o Nurc já tinha produzido.

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Ataliba Teixeira de Castilho e o Projeto para a História do Português Brasileiro

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Um dos precursores dos estudos sobre o português falado no Brasil preza a liberdade dos usuários da língua e critica o apego excessivo dos gramáticos às regras

 

Em que pé está o Projeto para a História do Português Brasileiro, um de seus trabalhos mais recentes?

Esse projeto começou  na USP em 1987. Quando começavam a surgir os resultados dos estudos sobre a língua falada, que tínhamos começado na décadde 1970, perguntei para os meus colegas de onde tinha vindo tudo aquilo. Começamos então a reconstituir a história da implantação e do desenvolvimento do português brasileiro, com o mesmo método dos projetos anteriores: formação de grupos de trabalho, cronograma, seminários nacionais, publicação dos resultados. Saíram 10 volumes de estudos e agora está saindo a consolidação dos resultados, em 12 volumes. Sete volumes devem sair ainda neste ano. O primeiro será o volume 4, coordenado por Célia Lopes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sobre a história dos substantivos, adjetivos e preposições. Será que tudo veio do português europeu ou inventamos algo? Uma estudante de doutorado que estou orientando na Unicamp, Flávia Orci Fernandes, percorreu as redes sociais e pegou marcas de plural no pronome que, queo é mais invariável. Hoje já se fala ou se escreve: ques pessoas? Como explicamos esse dinamismo da língua? Temos de documentar e explicar. A mudança do idioma vai criando outras regras. A classe culta aindao aceitou, mas é uma questã de tempo acabam aceitando. É um novo estágio da língua que está vindo.

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Ataliba Teixeira de Castilho, o linguista libertário

Ataliba-Teixeira-de-Castilho

 

Um dos precursores dos estudos sobre o português falado no Brasil preza a liberdade dos usuários da língua e critica o apego excessivo dos gramáticos às regras.

 

Autodenominado caipira por ter nascido em Araçatuba e crescido emo José do Rio Preto, o linguista Ataliba Teixeira de Castilho diverte-se com as mudanças da língua. Uma das mais recentes é a transformação do pronome que em palavra variável, como em “Ques pessoas?”, identificada em redes sociais por um de seus estudantes de doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para ele, “ao se esforçarem para que as pessoas obedeçam às regras, os gramáticos não viram que estavam dando um cala-boca no cidadão brasileiro”. A crítica aos gramáticoso significa que Castilho tenha alguma aversão a normas da língua culta, mas apenas que valoriza os limites geográficos e históricos do idioma.

 

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Willy Wonka visita o Sítio do Pica-Pau Amarelo!

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Literatura infantil inglesa x brasileira

Publicamos hoje um texto que valoriza a literatura brasileira, encarece o Brasil e põe nossa cultura em pé de igualdade, como deve ser, sem complexo de vira-latas, com a literatura mundial. O artigo foi originalmente publicado no blog “Brasileirinhos pelo mundo” [BPM Kids] e é por grande atenção de  Ann Moeller, fundadora & editora chefe da plataforma colaborativa Brasileiras pelo Mundo e do BPM Kids, que obtivemos permissão para reproduzi-lo hoje no blog da Parábola Editorial. Agradecemos muito a Andrea D’Essen e a Ann Moeller a autorização e o gesto de amizade.

 

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ANALFABETISMO FUNCIONAL E LÍNGUA PORTUGUESA

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O CERTO, O ERRADO E O GALEGO

 

 

O Brasil é um continente de analfabetos funcionais. Dizem as pesquisas que seriam quase 70% da população. Se a isso acrescentarmos os analfabetos plenos, é fácil chegar aos 75%. Significa que toda essa imensa população (bem mais de cem milhões de pessoas) tem um escasso domínio das habilidades de leitura, de escrita e de cálculo. Sabemos que essa tragédia educacional é um projeto de nação levado muito a sério pelos reduzidíssimos grupos que detêm o poder político e econômico desde sempre. Um país que tem sua história marcada por três séculos e meio de escravidão e onde jamais ocorreu nenhum tipo de transformação radical das estruturas de poder (leia-se: nunca ocorreu uma revolução), o analfabetismo funcional não é um problema: é um dos muitos pilares de sustentação programada da desigualdade social e econômica, quesito em que o Brasil ocupa a 10a posição num total de 206 países. Aplausos para os escravocratas e seus capitães-do-mato!

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DICAS PÚBLICAS SOBRE PÓS-GRADUAÇÃO

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Todos os anos, quando os editais da pós-graduação são publicados, recebo alguns e-mails e mensagens in box de pessoas me pedindo orientações sobre a seleção, especificamente interessados em concorrer às vagas de orientação que abri.

 

Sempre dou a mesma resposta: não converso em particular ou oriento candidatos para a seleção, sejam conhecidos ou desconhecidos, não leio projetos previamente, porque, por ética, ou eu faço isso com todo mundo que me procurar (e, obviamente, eu não tenho tempo para isso) ou não faço com ninguém. Mas há algumas informações que penso podem ser úteis a um número grande de pessoas, não apenas interessadas na minha orientação.

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FILOSOFIA DA LINGUAGEM

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A filosofia da linguagem é um conjunto de reflexões de origens distintas: observações dos filósofos a respeito da linguagem. Isso não significa que toda filosofia se interesse necessariamente pela linguagem. O silêncio de Kant quanto a essa matéria se explica por uma atenção exclusiva à universalidade do pensamento: as línguas são arbitrárias, logo, contingentes. Apesar de sua heterogeneidade e de uma evidente falta de consistência teórica do conjunto, trata-se provavelmente do mais importante e mais difícil campo da filosofia.

 

“Como é que me compreendem quando falo e, ainda por cima, como posso ser traduzido para outra língua? Essa questão, evidentemente, tem a ver com a natureza do pensamento”

 

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LÍNGUA PORTUGUESA

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Um conselho: “Invista no seu domínio da língua”

 

Um conselho para quem quiser: invista no seu domínio da língua. Faz toda a diferença.

 

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Pedagogia da variação linguística

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Língua, diversidade e ensino

 

Poucas questões desafiam tanto um linguista quanto o confronto, frequente em diversos contextos, entre a natureza intrinsecamente descritiva e não normativa da sua disciplina – que constitui um dos principais pontos programáticos fundadores da linguística moderna – e a necessidade de se contribuir, em momentos e circunstâncias específicos, para a definição e o estabelecimento de uma norma fortemente (e justificadamente) requerida por alguns meios, como é o caso muito particular do meio escolar.

Provindo de um domínio epistemológico que, nas palavras de Blanchet (Introduction à la complexité de l’enseignement du français langue étrangère. Louvain: Peeters, p. 45), se constrói como uma ciência intrinsecamente tolerante e democrática, por valorizar e respeitar a variação e as variedades – a diferença, em suma –, os linguistas o forçados a reconhecer, porém, que, fora do âmbito mais estrito da sua investigação, continuam a prevalecer ambientes em que algum esforço normativo é, se o inevitável, pelo menos recomendável. O envolvimento profissional dos linguistas, sob condições bem definidas, em atividades de padronização requeridas pelo meio envolvente é, como veremos, desejável e constitui-se como uma garantia de que essa padronização responde a critérios de qualidade e de aplicabilidade pedagógica que, sem o contributo informado dos linguistas, podem o ficar devidamente salvaguardados.

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¡Portuñol, yo te hablaré!

portuñol

 

Espanhol e Português comparados

 

É sempre igual, começo me debatendo contra ele. Não contra o portunhol, mas contra o meu portunhol. A vergonha de me sentir um farsante falando uma língua que é uma farsa não me deixa me sentir à vontade falando minha língua na língua alheia assim tão descaradamente.


Ao descer do avião, me aferro ao português. Arrisco fórmulas de cortesia. Nas primeiras interações, peço:

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